#Felicidade de tempos atrás
"Felicidade",
reprisada no Canal Viva de setembro de 2012 a julho de 2013, é uma novela com
marcas profundas de tempos que não voltam mais.
Marca registrada do
autor Manoel Carlos, os retratos do cotidiano terminaram sendo um registro
histórico de uma face do início do anos 90.
O tom é daquelas
crônicas leves que costumávamos ler nos jornais e revistas, que descrevem
singelezas, tristezas, descobertas, encontros e desencontros. Talvez tenha
herdado esses traços dos contos de Aníbal Machado, nos quais foi inspirado.
No entanto, há cenas
que se perderam no tempo, ou melhor, nesse tempo:
- As crianças vestiam-se como crianças, falavam como crianças, e tinham um tema musical infantil;
- As pessoas do pacato bairro comemoravam o Natal, o Carnaval, os momentos felizes na rua;
- As pessoas cozinhavam em casa numa cena comum (não eram só as empregadas);
- Pessoas morriam sem que a morte fosse o mote para descobrir o assassino da novela. Morriam de tristeza, de doença, por um crime passional;
- As idosas sofriam do coração, as crianças pegavam pneumonia;
- A mocinha mentiu em vários momentos da estória;
Foto: Maitê Proença e Tatyane Goulart (CEDOC TV Globo) |
Afora tudo isso, foi
bom rever a beleza e sensibilidade da interpretação de Maitê Proença (Helena),
com todas as suas nuances, a beleza madura de Ester Góes (Alma), a sabedoria de
Laura Cardoso (Cândida), a paixão de Herson Capri (Mário), as emoções silenciosas
de Edney Giovenazzi (Chico Treva), os sonhos inalcançáveis de Umberto Magnani (Ataxerxes), as mágoas da
vida de Ariclê Perez (Ametista), a graça irreverente de Cristina Prochaska
(Sheila) e a inocência de Tatyane Goulart (Bia).
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