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Personagens indígenas nas novelas

A teledramaturgia brasileira fez várias tentativas de incluir o universo indígena nas novelas, mas uma breve e superficial análise já mostra uma diversidade de imagens dos indígenas: às vezes inseridos no ambiente de uma trama histórica, às vezes aculturados, às vezes estereotipados. Ora integrados à cultura branca, ora sofrendo preconceito na cidade, ora em conflito por suas terras (só na novela "Aritana").
Apenas um elemento em comum: a maioria dos personagens foi vivida por atores brancos, alguns com feições mais próximas, outros nem tanto.
Isso nos faz lembrar os primórdios em que Al Johnson pintou-se de preto para representar um negro ou, já no Brasil, nos anos 60, que Sérgio Cardoso fez o mesmo para representar o personagem principal da novela "A Cabana do Pai Tomás" na Globo, em 1969. Isso para citar só algumas situações há muito vividas no teatro no início do século.
Apenas na metade da década de 90 surgem alguns atores com descendência indígena, como Dira Paes, que teve seu primeiro papel na carreira no filme "Floresta das esmeraldas", do inglês John Boorman, em 1985 e foi a índia Potira em "Irmãos Coragem".
Em 2000, em "A Muralha" a índia Bumba representou um papel.
Em 2007, duas atrizes descendentes diretas de índios, Eunice Baia e Suyane Moreira, tiveram seus papéis.
Ainda há lacunas hoje tanto na abordagem geral da cultura indígena (seus costumes, sua história), até na inserção de atores indígenas.
(Análise de Cíntia Corrales)

Fotos (da esquerda para a direita 1ª fileira): Riccelli (Aritana), Dira Paes e Ilya São Paulo (Irmãos Coragem), André Gonçalves (A Muralha), Bumba (Amazônia)
Fotos (2ª fileira):
Stênio Garcia (A Muralha), Lúcia Alves (Irmãos Coragem, 1970), Maria Maya (A Muralha) e Suyane Moreira (Amazônia)

Em "Irmãos Coragem" (Globo, 1970 e 1995), o amor entre Jerônimo (um dos 3 irmãos do título) e a índia Potira, sua irmã de criação, era uma das tramas paralelas. No decorrer da novela, acontece o encontro de Potira com sua mãe biológica, Indaiá.
Representaram Potira: Lúcia Alves (1970) e Dira Paes (1995). Já Indaiá foi representada por: Jurema Penna (1970) e Maria Helena Velasco (1995).

"Aritana" (Tupi, 1978/1979)
Escrita por Ivani Ribeiro, contou a estória de Aritana (Carlos Alberto Riccelli), filho de uma índia e um homem branco que vive no Xingu e cujo tio queria negociar suas terras com um grupo norte-americano. Aritana apaixona-se pela médica veterinária Estela, vidida por Bruna Lombardi.
A autora contou com a assessoria dos indigenistas Irmãos Villas-Boas, porém, ainda assim enfrentou críticas.
Disputou audiência com "Dancin´ Days", grande sucesso da Rede Globo.
O tema de abertura da novela, Kraho, foi gravada por Marlui Miranda numa língua indígena.
O romance de Riccelli e Bruna transportou-se para a vida real, consolidando um casamento que dura até hoje.

"A Muralha" (Globo, 2000)
A minissérie baseada no romance homônimo de Dinah Silveira de Queiróz foi ao ar no ano de comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
O título é uma referência à Serra do Mar, um grande obstáculo às incursões dos bandeirantes ao centro do país.
A obra já havia sido adaptada para telenovela por Ivani Ribeiro para a TV Excelsior em 1969.
No
núcleo indígena de Lagoa Serena estavam: Stênio Garcia (Caraíba), André Gonçalves (Apingorá), Enrique Diáz (Aimbé) e Maria Maya (Moatira).
No elenco de apoio também outros personagens indígenas: Parati (João Pedro Roriz), Tuiú (Patrick de Oliveira), Iamê (Rita Martins), Cacique (Mac Suara).
A índia de verdade, Bumba, representou Genoveva, uma espécie de avó do clã de Dom Jerônimo.

"Uga Uga" (Globo, 2000/2001)
A comédia de Carlos Lombardi mostrou a vida de Tatuapú (o loiro Cláudio Heinrich), na verdade um menino branco chamado Adriano, que sobreviveu a um acidente de avião e foi criado pelo pajé de uma tribo indígena. Depois, encontrado pelo avô, foi levado para a cidade grande.
Segundo o site Teledramaturgia, "a cidade cenográfica utilizada para as gravações na aldeia tribal foi a mesma usada na minissérie A Muralha."
A tribo mostrada na obra era inexistente, mas baseada nos índios do Xingu, a partir de pesquisas da produção da novela.

"Alma Gêmea" (Globo, 2005/2006)
Na novela de Walcyr Carrasco a atriz Priscila Fantin é a protagonista Serena, uma jovem mestiça que nasce numa tribo no Mato Grosso do Sul. André Gonçalves é José Aristides, da mesma tribo.
A pele morena e os cabelos lisos costumam credenciar André a interpretar tipos indígenas na TV, tanto que pela terceira vez ele viveu um personagem assim. O ator já encarnou índios em A Muralha e no infantil Sítio do Picapau Amarelo.
Outros personagens indígenas: pajé da aldeia (Francisco Carvalho), india velha (Maria Sílvia) e índia jovem (Thaíssa Ribeiro).
Depois que Serena vai para uma cidade do interior São Paulo encontrar sua "alma gêmea", Rafael (Du Moscovis), sua tribo é dizimada, com exceção de José Aristides que vai procurá-la na cidade.

"Amazônia, de Galvez a Chico Mendes" (Globo, 2007)
Minissérie de Glória Perez que mostra a história do Acre, da conquista do território ao declínio da borracha até a morte de Chico Mendes. A super produção exigiu quatro cidades cenográficas e a história foi dividida em 3 fases.

Na 1ª fase Eunice Baia foi a índia Ayani e Suyane Moreira foi Ianká.
Eunice é descendente de indígenas do Pará e quando criança fez "Tainá, uma aventura na Amazônia" no cinema.
Suyane, modelo cearense, também descendente de indígenas, foi capa do CD da trilha sonora.

"Desejo Proibido" (Globo, 2007/2008)
Na obra de autoria de Walther Negrão Letícia Sabatella é uma das co-protagonistas. Ana é mestiça, filha da índia Iracy (Thaís Garayp) e casa-se com um homem mais velho que a maltrata. Depois, apaixona-se pelo médico Escobar (Alexandre Borges).


Fontes pesquisadas: Wikipédia, Teledramaturgia, revistas da época.

2 comentários:

  1. Faltou falar naquele indio com cara de mau e uma faixa na cabeça, de numa novela da Globo do começo da década de 70. Se não me engano, tinha a participação do Chazam e Xerife...
    Infelizmente não lembro o nome da personagem, nem do ator.
    Mas gostaria muito de ver novamente uma foto dele!

    ResponderExcluir
  2. Caro Ailton, obrigada pela sugestão. Vou pesquisar. Quem sabe eu encontre. Eu era pequena, mas lembro que o Chazam e Xerife eram personagens de uma novela (Supermanoela talvez) que fizeram sucesso e depois ganharam uma série própria. Paulo José e Flávio Migliaccio eram adorados pela criançada. Abs

    ResponderExcluir

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